“Os municípios precisam fazer a sua parte”, diz a diretora do Sindimed

Data de publicação: 25/06/2019

“Os municípios precisam fazer a sua parte”, diz a diretora do Sindimed

Nesta terça-feira, 25, no programa a voz do médico, a pediatra e diretora do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) Glória Tereza falou sobre a situação da Pediatria em todo o Estado. Glória expôs o atendimento das crianças nas Unidades de Saúde, a falta da execução dos serviços médicos dos municípios e por conta disto, uma superlotação nas Unidades de Saúde da capital.

Como o período do inverno é muito suscetível ao aparecimento de muitas viroses, doenças respiratórias, além das doenças corriqueiras das crianças e adolescentes; por conta disto, há uma superlotação nos serviços de pediatria de Aracaju. Segundo a diretora do Sindimed, “a preocupação é com a exaustão dos profissionais pelo acentuado acesso e pelas pequenas portas de entradas dos atendimentos, inclusive no interior do Estado”.

Segundo ela, não há acesso (portas) para atender essas crianças nos hospitais do interior e consequentemente os municípios estão encaminhando muito dos seus pacientes para a capital, que vão se somar a população de Aracaju. Então fica todo mundo (interior e Capital) competindo por estas portas de entradas. “Nós temos hoje o hospital Santa Isabel que tem uma emergência lotada que não tem como expandir o número de leitos; é preciso priorizar quem tem mais gravidade e os casos mais leves terminam esperando mais tempo e isso gera revolta nos pais que não compreendem que tem que priorizar quem está exigindo um maior cuidado”.

Glória Tereza conta que essa demora pelo atendimento acaba deixando os pais esgotados até emocionalmente. Isto tem levado uma série de questões que interfere na relação médico paciente; uma delas são as agressões sofridas pelos profissionais que o atendem dentro do serviço. “Isso tem acontecido no hospital Santa Isabel, no Fernando Franco, no antigo hospital João Alves. Ontem nós tivemos acesso através da mídia que um grupo de deputados no Huse e eles ficaram impressionados com a falta de leitos, as enfermarias lotadas, crianças sendo atendidas e ficando em cadeiras, etc”. Os serviços estão ficando superlotados e muitos destes pacientes poderiam estar nas suas cidades de origem.

Segundo a médica, o município de Nossa Senhora de Socorro, sobrecarrega muito a capital. “O município deveria estar dando conta dos seus serviços; e Socorro tinha uma equipe boa de pediatras no próprio hospital e não soube valorizar, não soube contratar de forma correta, não valorizou com salários adequados e esses profissionais foram se demitindo gradativamente. E hoje o serviço não tem como dar sustentação a cidade. Socorro, é uma cidade rica e deveria estar dando exemplo de assistência, sendo uma das cidades que mais sobrecarrega Aracaju com pacientes”.

Desafios

Na visão da diretora do Sindimed, o grande desafio para exercer todos os dias a profissão, é concorrer com a incapacidade dos gestores de ano a ano, não resolverem essas questões; “Não há um pensamento de aumentar as equipes de trabalho em geral (médicos, enfermeiros, etc), tem que ter mais leitos, um laboratório mais ágil, um aparelho de Raio X, agilidade na entrega de exames. Todo um aparato que precisa ser previamente construído antes do início do período do inverno, com as chuvas, e com a dengue que fecha o ciclo de necessidade e cuidado da saúde das crianças”, conclui.