O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) participou na manhã desta segunda-feira, 3, de uma reunião no Hospital Desembargador Fernando Franco, com representantes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), para tratar das recentes ocorrências de insegurança e das condições de trabalho dos profissionais da unidade. O encontro foi mais um passo no diálogo iniciado há meses entre o Sindicato e o poder público, diante da crescente preocupação com a integridade física dos médicos e demais servidores da saúde.
Durante a reunião, o Sindimed reiterou a solicitação, formalizada por meio de ofício enviado em outubro, para a implantação de um posto fixo da Guarda Municipal na UPA Zona Sul. O pedido foi motivado por episódios recorrentes de agressões a profissionais, o mais recente ocorrido no dia 10 de outubro de 2025, quando uma médica foi hostilizada e ameaçada por um paciente após negar a renovação de uma receita.
O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência e causou grande comoção entre os colegas de trabalho.
Em resposta, a Secretaria Municipal da Saúde informou que, no momento, não há efetivo suficiente nem estrutura física adequada para a instalação de um posto permanente da Guarda na unidade. No entanto, o pleito do Sindicato foi parcialmente atendido.
Ficou definido que haverá presença ostensiva da Guarda Municipal nas segundas e terças-feiras, sob esquema de plantão, além da intensificação das rondas nos demais dias da semana. Também foram pactuadas rondas excepcionais conforme o fluxo de pacientes, e o uso do botão de pânico em situações de maior gravidade, garantindo resposta imediata das forças de segurança.
O Sindimed, representado na ocasião pelo diretor Dr. Brunno Silva Goes, reafirmou o compromisso da entidade em acompanhar de perto as medidas acordadas. “Seguiremos atentos à efetivação dessas ações e continuaremos insistindo na necessidade de um posto fixo. Médicos e demais profissionais merecem condições seguras e dignas para exercer seu trabalho, sobretudo em locais de alto fluxo e vulnerabilidade”, destacou o representante do Sindicato.
Estiveram presentes na reunião: Solange Cruz, coordenadora-geral do Hospital Desembargador Fernando Franco; Edson Luiz Aragão de Souza, diretor do Núcleo Jurídico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS); subinspetor José Ricardo Silva, comandante da Guarda Municipal; subcomandante Leonardo Faria, da Guarda Municipal; Edinildo Rodrigues, assessor jurídico da Guarda Municipal; Leilane Araújo, coordenadora da REUE (Rede de Urgência e Emergência); e Aliana de Oliveira, coordenadora administrativa do Hospital Desembargador Fernando Franco.
Solicitação antiga
Essa não foi a primeira vez que o Sindimed reivindicou medidas de segurança para a unidade. Reuniões semelhantes foram realizadas em janeiro e agosto deste ano, na sede da entidade sindical, com representantes da SMS e da Guarda Municipal, reforçando a urgência do tema. Em todas as ocasiões, o Sindimed defendeu a criação de uma base permanente de segurança, argumentando que a presença constante de agentes é a forma mais eficaz de prevenir agressões e garantir a tranquilidade no atendimento à população.
No Ofício nº 2025/10, assinado pelo presidente do Sindimed, Dr. José Helton Monteiro, a entidade ressaltou que os episódios de violência não são isolados e vêm se repetindo em diversas unidades de saúde. O documento também destacou que a falta de segurança compromete a qualidade do serviço e a saúde mental dos profissionais, o que vai na contramão dos princípios defendidos pelo Outubro Branco, campanha idealizada pelo próprio sindicato para promover o respeito, a valorização e o bem-estar dos médicos.
O Sindimed continuará atuando junto à Prefeitura de Aracaju e às forças de segurança para buscar soluções permanentes que assegurem a integridade dos profissionais e a estabilidade do serviço público de saúde.
