Notícias 14/01/2025

Sindimed e Cremese buscam soluções junto ao MPE para atrasos salariais e assédio moral em Aracaju


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Na manhã desta terça-feira, 14, diretores do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) e do Conselho Regional de Medicina (Cremese) reuniram-se com o promotor de Justiça dos Direitos do Cidadão de Aracaju na área da Saúde, Dr. José Rony Silva Almeida. O encontro, realizado no Ministério Público Estadual (MPE), teve como pauta os atrasos salariais dos profissionais de saúde da maternidade municipal Lourdes Nogueira, além de denúncias de assédio moral e condições precárias de contratação.

O presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, destacou a gravidade da situação enfrentada pelos médicos da rede municipal. “São dois meses de atrasos salariais na maternidade Lourdes Nogueira e na atenção básica e de urgência do município. Essa situação compromete não só a dignidade dos profissionais, mas também a qualidade da assistência prestada à população”, afirmou ele, salientando a necessidade de concurso público para regularizar os vínculos trabalhistas e garantir condições adequadas de trabalho.

Dr. José Elêrton Aboim, conselheiro do Cremese, enfatizou o impacto das condições atuais na saúde mental dos profissionais. “Além dos atrasos salariais, os médicos enfrentam assédio moral e insegurança, o que tem causado ansiedade e apreensão. Um ambiente de trabalho digno, com autonomia e respeito às prerrogativas médicas, é fundamental para garantir uma assistência de qualidade à população”, reforçou.

Medidas em curso

Durante a reunião, Dr. José Rony Silva Almeida acolheu as denúncias e informou que o MPE já marcou um encontro com a secretária municipal de Saúde, Débora Leite, para a próxima quinta-feira, 16, com o objetivo de buscar soluções concretas para os problemas apresentados.

O Sindimed também acionou o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que, por meio da conselheira Angélica Guimarães, se comprometeu a dialogar com a gestão municipal sobre os atrasos e as condições de trabalho dos médicos.

Diante desse contexto, o Sindimed reforçou o apelo à prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, para que demonstre sensibilidade diante da situação. “São verbas alimentares. Pais e mães de família estão sem receber seus salários, o que agrava ainda mais o cenário de vulnerabilidade”, sublinhou o presidente.

Dr. Helton também convocou os médicos em atraso salarial a procurarem o sindicato, reforçando que “a união da categoria é essencial para o enfrentamento das adversidades”.

A reunião no MPE também foi acompanhada pelos diretores do Sindimed, Dr. Alfredo Andrade, Dr. Carlos Spina e o advogado Marcos Lima.

Denúncias recorrentes

As dificuldades enfrentadas pelos médicos de Aracaju não são um caso isolado. No âmbito estadual, municípios como Canindé de São Francisco, Carmópolis, Lagarto e Graccho Cardoso também foram notificados pelo Sindimed devido a atrasos salariais que se acumulam por meses.

Instituições como o IPESAÚDE e o Hospital Renascença enfrentam cenários ainda mais críticos. O IPESAÚDE tem honorários pendentes, enquanto o Hospital Renascença acumula quatro meses de débitos referentes ao ano de 2024.

Série de ações

A reunião desta terça-feira foi mais um capítulo de uma série de ações do Sindimed para denunciar as precariedades enfrentadas pelos médicos da rede municipal. Recentemente, uma reunião histórica entre médicos e a nova secretária de Saúde de Aracaju evidenciou o empenho da classe em buscar melhorias.

Com a mobilização conjunta do Sindimed, Cremese, TCE e MPE, os médicos esperam que as medidas adotadas nos próximos dias tragam avanços concretos para a valorização dos profissionais e, consequentemente, para o fortalecimento da saúde pública de Aracaju.