O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) protocolou um ofício no Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta quinta-feira (28), denunciando o não pagamento dos salários dos médicos que atuaram no Hospital de Pequeno Porte Haydée de Carvalho Leite Santos, em Canindé de São Francisco. Segundo a entidade, os profissionais não receberam pelos meses de setembro e outubro de 2024, e até o momento, nenhuma negociação foi iniciada para resolver a situação.
"Desta forma, vimos mediante este ofício solicitar que sejam tomadas providências ao que o caso requer e também a marcação de audiência com urgência para tratar deste tema", destacou o documento enviado ao MPT.
O presidente do Sindimed, Dr. Helton Monteiro, lamentou a situação e reforçou o compromisso do sindicato em buscar soluções para os médicos e para a população.
“A situação no hospital Haydée de Carvalho não é apenas um descaso com os médicos, mas com toda a saúde pública. É inadmissível que profissionais essenciais à vida sejam tratados com tamanho desrespeito. Não podemos aceitar esse silêncio da gestão diante da ausência de pagamento e da precariedade das condições de trabalho”, afirmou, em tom de perplexidade.
Inspeção
O Sindimed, juntamente com o Conselho Regional de Medicina de Sergipe (CRM-SE) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), realizou uma inspeção no hospital Haydée de Carvalho no último dia 23 de outubro. A ação foi motivada por denúncias recebidas pelas entidades médicas e revelou uma série de irregularidades graves que colocam em risco tanto os profissionais de saúde quanto os pacientes atendidos na unidade.
Ao chegarem ao hospital, os profissionais encontraram um cenário alarmante: infiltrações nas paredes e tetos, mofo, portas deterioradas e equipamentos em estado precário, como macas e leitos. A fiscalização também revelou a falta de um laboratório funcionando 24 horas. Atualmente, os exames são realizados por um laboratório externo, que só opera de segunda a sexta-feira, durante o dia. Isso impossibilita a realização de testes essenciais, como os de enzimas cardíacas, necessários em casos de dor torácica, obrigando a transferência de pacientes para outros municípios e colocando suas vidas em risco.
Outro ponto crítico é a farmácia da unidade, que carece de medicamentos básicos, e os banheiros, que não possuem condições mínimas de higiene, aumentando a possibilidade de contaminações e infecções.
Próximos passos
O Sindimed aguarda o agendamento de uma audiência pelo MPT para discutir tanto o atraso salarial quanto as irregularidades constatadas no hospital. Enquanto isso, o sindicato reafirma seu compromisso em defender a categoria médica e garantir que a população de Canindé de São Francisco tenha acesso a um atendimento digno e seguro.
Por Joângelo Custódio, assessoria de Comunicação Sindimed
Foto: Ascom/Sindimed