A Federação Médica Brasileira (FMB) e o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed) protagonizaram uma intensa agenda em Brasília nesta semana, visando fortalecer a defesa de demandas fundamentais para a categoria. Em um desses encontros, realizado na manhã desta quarta-feira, 27, as entidades se reuniram com o Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, o sergipano Márcio Costa Macêdo. Na ocasião, foram discutidas pautas estratégicas, como a estruturação da carreira médica no Sistema Único de Saúde (SUS), os impactos das reformas na Previdência Social e a fiscalização das escolas médicas no país.
Durante o encontro, o presidente do Sindimed e integrante da direção da FMB, Dr. Helton Monteiro, enfatizou a necessidade de estruturação da carreira médica no SUS, com a realização de concursos públicos que assegurem condições dignas de trabalho. “É fundamental garantir autonomia e independência para que os médicos possam atender a população com qualidade. Também discutimos a necessidade de rever os impactos das reformas na Previdência, que deixaram as aposentadorias especiais em segundo plano, além de abordar a falta de fiscalização na abertura de novas escolas médicas pelo MEC”, pontuou.
O secretário-geral da FMB, Dr. Edmar Fernandes, representante do Sindicato dos Médicos do Ceará, trouxe à discussão a insatisfação da categoria com a unificação dos programas Médicos pelo Brasil e Mais Médicos. “Essa junção tem causado indignação, pois pode gerar mais prejuízos à nossa classe. Estamos buscando soluções junto ao governo para evitar retrocessos e garantir avanços”, destacou.
O Programa Médicos pelo Brasil, criado em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro, visa atender áreas de difícil acesso e alta vulnerabilidade, promovendo a formação de especialistas em medicina de família. Já o Programa Mais Médicos, criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, busca melhorar o atendimento em regiões carentes de profissionais. A unificação das iniciativas, no entanto, tem gerado preocupações quanto à eficácia e impacto a categoria.
Além de Helton Monteiro, a reunião contou com a participação do diretor executivo do Sindimed, Dr. Brunno Góes, que reforçou a importância do diálogo constante com o governo para a conquista de melhorias para a classe médica. “É um momento importante de construção e de fortalecimento das demandas da nossa categoria”, declarou.
Mobilização pela aprovação do piso nacional
Na terça-feira, 26, o Sindimed e a FMB participaram de encontros com senadores e deputados, com o objetivo de debater o Projeto de Lei nº 1365/2022, de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PSD/PB). O projeto busca atualizar o piso salarial dos médicos e cirurgiões-dentistas, estabelecido pela Lei nº 3.999, de 1961, propondo um salário base de cerca de R$ 20 mil para 20 horas semanais de trabalho, além de melhorias nas condições de trabalho, como atualização dos valores de hora extra e adicional noturno. A proposta é vista como um passo essencial para a valorização profissional e a garantia de remuneração justa para a categoria.
Dr. Helton Monteiro classificou os dois dias de articulação como fundamentais para manter as pautas médicas na agenda do governo e do Congresso Nacional. “Estamos dialogando com diversas esferas para assegurar que os médicos sejam ouvidos e que nossas reivindicações resultem em ganhos concretos para a profissão e, consequentemente, para a sociedade”, afirmou.
As mobilizações evidenciam o comprometimento do Sindimed e da FMB com a defesa dos direitos e interesses dos médicos, reafirmando a importância da união da classe em prol de melhores condições de trabalho e políticas públicas que garantam a qualidade da saúde no Brasil.
Por Joângelo Custódio, assessoria de Comunicação Sindimed
Foto: Secretaria-Geral da Presidência da República
