Podcast ‘A voz do Médico’: Dr. Antônio Sousa fala sobre os riscos da hipertensão, doença que pode ser controlada

Data de publicação: 10/05/2024

Podcast ‘A voz do Médico’: Dr. Antônio Sousa fala sobre os riscos da hipertensão, doença que pode ser controlada
 
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença que não tem cura e requer cuidados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde OMS), a pressão alta é o principal fator de risco reversível ou controlável para as doenças cardiovasculares, em especial infarto e derrame, que podem levar à morte, além da doença renal crônica.
 
Para tirar dúvidas e esclarecer mitos relacionados à doença, o Podcast ‘A voz do Médico’, realizado pelo Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed), convidou o cardiologista e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Dr. Antônio Carlos Sobral Sousa.
 
De acordo com o doutor Sousa, hipertensão é uma doença que deve ser observada com calma, porque ela é frequente, assintomática na maioria das vezes e, por isso, é chamada de ‘assassina silenciosa’.
 
Na maioria das vezes, o principal sintoma atribuído à pressão alta é a cefaleia (dor de cabeça). Mas, o doutor Sousa explica que existem cerca de 400 tipos de dores de cabeça, conforme os neurologistas.
 
“A dor de cabeça da pressão alta é um desses tipos, e não existe uma correlação direta. Talvez a dor de cabeça que mais tenha relação com a pressão seja a dor de cabeça na nuca ao despertar, mas não tem sintoma característico da hipertensão”, explicou.
 
Tipos
A hipertensão arterial pode ser dividida em dois grupos: o primeiro que ocorre com menor frequência, em torno de 5% a 10% dos casos, podendo ser chamada de hipertensão secundária causada por outras doenças, como estreitamento da artéria renal ou tumores, mas segundo o doutor Sousa, esse número é muito restrito.
A grande maioria das pessoas é acometida pela hipertensão primária, também chamada hipertensão essencial, aquela que tem uma influência genética, e que vai trazer a predisposição para o indivíduo ser hipertenso.
“Às vezes, a pessoa faz tudo certo, pratica atividade física regular, não é obeso, tem uma vida regrada, mas acaba sendo premiado por conta dessa predisposição genética. E, por ser uma doença assintomática, tem que procurar fazer um diagnóstico precoce”, pontuou o Dr. Sousa.
 
Controle
Em relação aos números e controle da doença, o especialista destaca que existem quatro comportamentos em relação à sobrevida ou mortalidade: o indivíduo normal, aquele que não tem pressão alta e, portanto, tem uma sobrevida boa; o indivíduo que está controlado, esse tem uma sobrevida parecida àqueles que não são portadores da doença; o hipertenso que não trata da doença e que nem sabe que tem; e por fim, o hipertenso não controlado, que é aquele que toma remédio em dias alternados. Esse tem uma mortalidade parecida com o hipertenso que não se trata.
O especialista frisou ainda que o percentual das pessoas que têm a hipertensão controlada ainda é baixo, em torno de 27% a 30%, conforme banco de dados levantados tanto do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto da rede particular.
 
Tratamento
Com o diagnóstico feito, o tratamento da hipertensão inclui: mudança no estilo de vida, usar uma dieta rica em grãos, frutas e verduras, substâncias ricas em potássio, manter o peso, praticar atividade física regular pelo menos cinco vezes por semana, e tomar as medicações corretamente.
 
Riscos e Complicações
A hipertensão, além de ser responsável pelo surgimento das doenças cardiovasculares e da insuficiência renal, também é a grande causadora do diabetes.
“Diabetes é inimiga da hipertensão, mas gosta de andar junto. É uma doença terrível do ponto de vista cardiovascular, com consequências drásticas”, pontuou.
Para se ter ideia da importância do tratamento da hipertensão no paciente diabético, um estudo mostrou que controlar a hipertensão no paciente diabético é melhor que controlar a glicemia.
 
Mito
Em se tratando do paciente masculino, existe um grande mito com relação ao remédio de pressão, que poderia causar impotência. Segundo Dr. Sousa, “isso é pura falácia, o que causa a impotência é a doença e não o remédio”.
 
Para saber mais, assista a entrevista na íntegra no canal do Sindimed no youtube