Infectologista destaca importância da população tomar 2ª dose de reforço contra a covid-19
Data de publicação: 11/11/2022
A baixa procura, por parte da população, para tomar a segunda dose de reforço da vacina contra o coronavírus (Covid-19) tem despertado preocupação entre autoridades sanitárias de todo o Brasil.
Em Sergipe, por exemplo, de acordo com dados oficiais da Secretaria de Estado da Saúde (SES), mais de 480 mil pessoas (30% da população) ainda não tomaram a segunda dose de reforço.
Conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tomar vacina contra covid-19 mostra-se extremamente necessária não somente para o controle da circulação do Sars-CoV-2 no país, mas para evitar complicações causadas pelo vírus.
Nesse sentido, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE), preocupado com o aumento de testes positivos da doença em laboratórios privados e nas unidades públicas de saúde do Estado, entrevistou a médica infectologista Gilmara Carvalho Batista, profissional sindicalizada e presidente da Sociedade Sergipana de Infectologia, com o objetivo de chamar a atenção da população para a importância de se dirigir às unidades de saúde para o devido complemento do esquema vacinal.
Para a infectologista, a vacina é extremamente relevante para evitar agravamentos da doença, inclusive óbitos.
“A vacina é um produto biológico que nos ajudou muito num período de tamanha catástrofe mundial. Em 2020, tivemos a chegada da doença ao nosso país, onde tivemos que parar a nossa vida econômica, social, e tivemos, com isso, uma avalanche do número de óbitos de pacientes, inclusive muitos jovens. A vacina nos ajuda a prevenir as doenças imunopreveníveis. Ela é um componente que auxilia o nosso organismo a produzir elementos que nos defendem da invasão desses vírus, ou seja, qualquer elemento que nos contamine para causar doença”, explicou a médica.
Doutora Gilmara Batista ressalta que foi por causa da vacina que as pessoas voltaram a ter vida social no período pós-pandêmico. Ela observa ainda que, o ato de vacinar-se não se configura apenas numa proteção individual, mas numa ação em prol da coletividade.
“A vacina mostrou, na prática, que nós voltamos a ter vida social e viver de uma forma plena. É a prova real de que precisamos estar com o nosso calendário vacinal atualizado com as duas doses de reforço estabelecidas no nosso cartão, porque isso nos garante proteção individual e coletiva, levando à redução do surgimento de subvariantes da doença. Nos últimos dias, estamos vendo um aumento de novos casos, seja nos consultórios, nos postos de saúde, nas internações e, graças a Deus, não temos avanço no número de óbitos. Isso é fruto da vacina”, sublinhou a infectologista, ao reiterar que, com a baixa procura da população nos postos de vacinação, o país voltou a registrar, inclusive, doenças que estavam em extinção, a exemplo da poliomielite.
Convocação
A infectologista aproveitou a oportunidade para convocar a população a tomar a segunda dose de reforço. “Busquem as suas unidades de saúde e se vacinem. Quem ainda não se vacinou — eu conheço pessoas que nunca tomaram uma dose de vacina — que compareça às unidades. Que as mães e pais busquem as unidades para vacinar suas crianças. Essa população infantil é a que não tem imunidade nenhuma”, conclamou.
Subvariantes
Duas novas cepas do vírus, a BG.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm circulado com mais intensidade. A ômicron é aquela variante do vírus que se caracteriza por ter uma maior capacidade de transmissão e de enganar o sistema imunológico. Mesmo pessoas vacinadas ou que já tiveram a covid-19 podem ser reinfectadas.
“Ainda não temos, nos nosso país, vacinas bivalentes. Eu acredito que o próximo passo seja buscar vacinas bivalentes com as variantes que surgiram em 2022. Aí ficaremos mais seguros. Por isso é importante nos vacinarmos de forma regular, porque há maior imunogenicidade, maior proteção”, destacou.
Cuidados
A médica Gilmara Batista defende que a população continue com o hábito de usar máscaras em locais de aglomeração e lavar as mãos com frequência, medidas de biossegurança que ajudam a evitar contaminação.
“Como lavar as mãos, utilizar álcool em gel, uso da máscara, principalmente para pacientes imunossuprimidos, pacientes em tratamento oncológico, portadores de HIV e que usam corticoides de forma crônica. É importante manter o uso da máscara em situações de aglomeração. Óbvio que houve uma diminuição da vigilância da população, mas nesses momentos pontuais, é importante as redes sociais e jornais reforçarem a utilização desses equipamentos de proteção”, concluiu a infectologista.