Dia Nacional do Doador de Sangue: hematologista diz que gesto é nobre e pode salvar vidas

Data de publicação: 25/11/2022

Nesta sexta-feira, 25, comemora-se o Dia Nacional do Doador de Sangue. A data tem por objetivo agradecer aos doadores pelo gesto solidário, além de sensibilizar a população para a importância da regularidade desta ação fraternal.

 Com o intuito de celebrar o dia e chamar a atenção da sociedade sergipana para a relevância da doação de sangue, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) conversou com o hematologista Geydson Silveira da Cruz, médico responsável pelo banco de sangue do Hospital Universitário, em Aracaju. 

Para o Dr. Geydson, a doação de sangue é extremamente necessária para que os estoques de bolsas não sejam afetados e vidas possam ser salvas. “É mais do que necessário mostrar para as pessoas a importância do ato. O sangue é um bem bastante raro, digamos dessa forma, pois os estoques estão sempre limitados e dependem exatamente da doação. No Brasil, as doações estão aquém dos outros países. As datas como estas são importantes para incentivar as pessoas, para que elas tenham uma periodicidade na ação”, afirma o especialista.

 E Geydson tem razão. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, o que corresponde a pouco mais de 3,2 milhões de pessoas, número categoricamente baixo, levando em consideração que um País deve ter de 3% a 5% de doadores em relação ao total da população, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

“As pessoas costumam doar sangue quando têm um parente ou conhecido precisando. Mas devemos lembrar que acidentes ocorrem o tempo todo e há necessidade de o acidentado, ou pessoa submetida à cirurgia de emergência, precisar de sangue, sem falar nos outros pacientes, como portadores de leucemia, os que estão na UTI, que necessitam de transfusão de sangue de forma regular. Surto de dengue e covid também acabam aumentando a demanda de pessoas que vão precisar de sangue, de plaquetas”, reforça.

 TIPOS SANGUÍNEOS

 Existem diferentes tipos de sangue, sendo que cada um possui determinado grupo de compatibilidade. São eles: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+, O-. Doadores de todos os tipos sanguíneos são necessários, frisa o hematologista. No entanto, o do tipo O negativo é o mais procurado, pois é universal. 

“O e A positivos fazem parte do grupo sanguíneo mais comum. Os mais raros são B negativo e AB negativo. Um grupo sanguíneo que também é raro e mais utilizado é O negativo, por ser um grupo sanguíneo que todos podem usar em procedimentos de urgência. Ele não é tão raro, mas entra nesse grupo de raros, porque é bastante consumido”, explica Dr. Geydson.

 ETAPAS 

A doação pode ser feita em qualquer hemocentro do País. Para isso, o doador precisa apresentar documento oficial com foto. O procedimento todo (cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta do sangue e lanche) leva cerca de 40 minutos. Após a coleta, a bolsa de sangue é encaminhada para o fracionamento, onde será separada em até quatro componentes. 

Em seguida, esses componentes são levados ao armazenamento, onde aguardarão os resultados dos exames. No laboratório para detecção de agentes infeciosos são realizados os exames sorológicos para as seguintes doenças: Chagas, hepatites B e C, HIV, sífilis e HTLV-I/II e o teste NAT (do inglês, Teste de Ácido Nucleico) para Hepatites B e C e para o vírus HIV. Descartadas as doenças acima, as bolsas ficam à disposição de instituições públicas de saúde. 

“O doador é um nobre desconhecido e muito importante para o sistema de saúde”, conclui Dr. Geydson. 

CRITÉRIOS PARA DOAÇÃO 

Ter entre 16 e 69 anos de idade (se menor de 18, apresentar autorização e documentação de pai, mãe ou responsável); pesar mais de 51 kg; não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação; não fumar nas 2 horas anteriores à doação; dormir pelo menos seis horas na noite anterior; não estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos e grandes refeições nas três horas anteriores à doação.

 Atualmente, o Hemocentro de Sergipe (Hemose) está com estoque insatisfatório de todos os grupos sanguíneos (O, A, B e AB, positivo e negativo), com uma coleta diária que chega a 70 doações. Para mais informações, entre em contato com o Hemose: (79) 3225-8000/8039 e 3259-3174.