Pra que serve a FHS, se não for para contratação?

Data de publicação: 05/02/2020

Pra que serve a FHS, se não for para contratação?

Em entrevista na manhã desta quarta-feira, 5 de fevereiro, para o programa matinal ‘Impacto’ da Rádio Jornal, o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) João Augusto falou da preocupação com a terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Hospital Regional de Nossa Senhora da Glória.

De acordo com o presidente do Sindimed, essa terceirização é preocupante porque os governos lançam novidades que não são. “Essa questão de terceirizar – vale lembrar – que são as mesmas argumentações de que os serviços vão melhorar. “Nós consultamos modelos fora e com a terceirização vai conseguir contratar médicos”, disse.

Para João Augusto, essas realidades já aconteceram em Aracaju, já aconteceram no Estado. João Augusto lembra que está caminhando para completar nove anos como presidente do Sindicato, e mesmo quando estava no Sindicato e muito antes, enquanto estudante do curso de medicina, já havia essa realidade no nosso Estado.

“Já houve a contratação terceirizada de médicos na Rede Estadual via Sociedade Médica que deu imbróglio nesta questão; já teve tal criação de uma Fundação Hospitalar de Sergipe (FHS) que veio com esse mesmo argumento de agilizar as contratações, agilizar e as manutenções – porque não ia ter a tal da licitação pública, a burocracia da máquina pública que deu no que ai está, mesmo com o Sindicato ando que era uma questão de gerenciamento”.

Ainda sobre a Fundação, o presidente João Augusto lembrou “que teve a questão judicial onde a Fundação ia ser ou não extinta e depois o Governo disse que a Fundação vai ficar para as questões administrativas, contratação de pessoal e de repente, agora, a contratação de pessoal vai ser através de uma terceirizada; são coisas que não dá para entender”, afirma.

“Teve a terceirização da Ala Azul que prometeu resolver os problemas do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), teve também a privatização que na época, o Sindimed chamou de ‘quarteirização’ onde a Fundação contratava o Hospital Santa Isabel para contratar profissionais”.

Esse apelido de ‘quarteirização’ explica o líder sindical, foi dado porque à época a Fundação Hospitalar de saúde que era uma privatização e ela contratava uma terceirizada (Santa Isabel) para fazer contratação de médicos via PJ, via diretamente, através de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) que até hoje existe um imbróglio jurídico de ilegalidade e ai, está vindo agora com essa novidade que não é, como já fora dito, que o governo já praticava, já praticou e este mesmo governo vem lançar a terceirização do Hospital de Nossa Senhora da Glória. ‘E pra que serve a FHS atual se ela não vai mais contratar, pelo menos é pra está situação que está caminhando?”, indaga João Augusto.

Sem Melhoria

Para o dirigente do Sindimed a única coisa que está clara é que uma empresa vai ganhar dinheiro e ainda vai ficar mais difícil de fiscalizar. “Com o resultado por experiência em reação aos modelo já empregado em nosso Estado, não vimos melhorias nos serviços ofertados a população. Isso, infelizmente é o ponto que o Sindicato se calaria se tivesse visto exemplos de sucessos. “Muitos falam que o Sírio Libanês gerencia. Eu só vejo as pessoas querer ir para o Sírio Libanês; eu nunca vi ninguém querer ir para um hospital público gerenciado pelo Sírio Libanês. Alguém ouve que alguém vai para o SUS ou outro hospital gerenciado por ele? Ninguém nem sabe quais são os hospitais gerenciados por ele. O mesmo acontece com o Hospital Albert Einstein, onde as pessoas querem ir para o próprio hospital e não para hospitais gerenciados por ele”.

Exemplo em Aracaju

Em Aracaju, o Nestor Piva é um exemplo do que a privatização fez; onde reduziu à assistência, reduziu o número de médicos e aumentou o número de gastos”, finalizou.