Diretor do Sindimed fala sobre a Sindrome de Burnout

Data de publicação: 16/07/2019

Diretor do Sindimed fala sobre a Sindrome de Burnout

Você sabe o que é a Síndrome de Burnout? O Sindicato dos Médicos de Sergipe preocupado não só com as questões trabalhistas da categoria médica, mas também de manter informada a população sobre alguns aspectos que pode influenciar na saúde e no cotidiano das pessoas. Esse é foi tema tratado no Programa ‘A Voz do Médico’ desta terça-feira, 16 de julho que teve o diretor e médico Alfredo Andrade como entrevistado.

Segundo o médico a Síndrome de Burnout é um termo psicológico que refere à exaustão prolongada e a diminuição do interesse em trabalhar, considerada um grande problema no mundo profissional da atualidade. “O termo é utilizado quando o motivo primário do esgotamento está correlacionado com a atividade/ambiente profissional”, coloca Alfredo Andrade, salientando que é diferente do estresse, que aparece em vários contextos.

Ainda de acordo com o entrevistado muitas vezes se faz confusão entre a Síndrome e o estresse. “O que acontece na verdade, é que os sintomas do estresse estão presentes na síndrome de Burnout ” esclarece, ressaltando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluirá a síndrome de Burnout na próxima Classificação Internacional de Doenças (CID-11).

Sintomas
Os sintomas do estresse podem ser físicos ou psíquicos. O indivíduo pode sentir dores, cansaço, desânimo, apatia, falta de interesse, irritabilidade, alteração no sono e apetite e tristeza excessiva.

Diversos estudos tem sido realizados e falam sobre a melhor forma de classificar o comportamento que se caracteriza por exaustão emocional, distanciamento das relações pessoais e diminuição do sentimento de realização pessoal consequente e prolongados níveis de estresse no trabalho.

Estatísticas
De acordo com Alfredo Andrade, “a prevalência da síndrome de Burnout ainda é incerta, mas dados sugerem que acomete um número significativo de indivíduos e que aproximadamente 40% dos profissionais atualmente experienciam altos níveis de estresse”, explica.

De acordo com o médico, profissionais na área da saúde que tratam pacientes com doenças agudas e crônicas, professores e policiais tem elevada propensão para desenvolver a síndrome.

Segundo a OMS, problemas associados à saúde mental no trabalho levam a uma queda de produtividade que resulta na perda de US$ 1 trilhão por ano no mundo.

No Brasil, segundo estudo da Escola de Economia de Londres de 2016, a depressão no trabalho fez o país perder US$ 63,3 bilhões anualmente, o que faz dele o segundo pior do ranking, atrás apenas dos EUA, onde o estresse no trabalho é considerado um problema de saúde pública.

No Brasil, a Associação Internacional de Gestão de Estresse estima que 32% dos profissionais sofram com esse esgotamento no ambiente de trabalho.

Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da síndrome de Burnourt é realizado por profissional de saúde mental, seja ele psicólogo ou psiquiatra. A partir dos sintomas apresentados, história pessoal e contextualização do momento atual, o profissional realiza o diagnóstico. Com relação ao tratamento, em muitos casos, será necessária a associação de medicação e psicoterapia. Grande parte dos profissionais de saúde ignoram a presença da síndrome, daí a necessidade de uma ampla divulgação do tema.